domingo, 7 de agosto de 2011

[curiosidade histórica] Ossadas de deuses

Eles procuravam fósseis de divindades, heróis da mitologia, dragões, minotauros... E encontraram! Bem-vindo ao mundo fantástico dos paleontólogos da Antiguidade

Álvaro Oppermann | 12/07/2011

É irônico que os homens da Antiguidade desdenhassem do historiador grego Heródoto (484-425 a.C.). Considerado hoje em dia o "pai da História", ele era chamado pelos antigos de "pai da Mentira". Diante dos seus causos, que enchem as páginas da obra clássica Histórias, os gregos (e depois deles os romanos) recomendavam uma boa dose de cautela.

Um dos seus relatos mais enigmáticos foi a respeito dos grifos - monstrengos alados de quatro patas, com corpo de leão e bico de ave de rapina -, que constava do Livro 4 de Histórias. Na Cítia, região de estepes na Eurásia, uma terra agreste e perigosa que se estendia da cordilheira do Cáucaso (que separa atualmente a Rússia da Geórgia e Azerbaijão) ao Oriente, eles atacavam e desmembravam cavalos, cervos e seres humanos. Como numa gangue, os grifos vagavam em bandos ou aos pares. Heródoto acreditava piamente na existência dos bichões, mas nunca cruzou com um espécime de carne e osso. Acreditava, contudo, ter descoberto ossadas do bicho numa expedição feita até a parte ocidental da Cítia, junto ao mar Negro.
Esse causo faz parte de um dos capítulos mais obscuros da Antiguidade: a incipiente paleontologia.

Promovendo escavações ao longo do Mediterrâneo, da Grécia à África do Norte, passando pela Ásia Menor (atual Turquia) e chegando até a Índia, os gregos e romanos foram pioneiros na caçada de ossos antigos. Diferentemente dos paleontólogos de hoje, eles não estavam atrás de dinossauros, mas de criaturas fantásticas, como grifos, centauros, sátiros, nereides e ciclopes. E também dos esqueletos dos heróis da mitologia, como os de Ájax, Teseu e Orestes.

Adrienne Mayor, pesquisadora em paleontologia da Universidade de Stanford, na Califórnia, nos Estados Unidos, investiu quatro anos numa pesquisa que desenterrou esse passado. "Os antigos colecionavam e mediam ossos de criaturas extintas. As interpretações que deram aos achados foram imaginativas", diz ela em The First Fossil Hunters (Os Primeiros Caçadores de Fósseis, sem tradução em português). No livro, Adrienne cobre mais de mil anos de descobertas paleontológicas, de 650 a.C. a 500 d.C.

O primeiro registro da paleontologia é de certo Aristeas, nascido em Proconeso, na Ásia Menor, no século 7 a.C. Por volta de de 675 a.C., ele - que era um misto de poeta, andarilho, aventureiro e bruxo milagreiro - fez uma expedição à região do Cáucaso, até Mongólia. Pelo caminho, mostraram-lhe diversos esqueletos de grifos e centauros.

No século 1 d.C., o geógrafo e viajante grego Pausânias identificou na Arcádia, região central da península do Peloponeso, na Grécia, o sítio da suposta Titanomaquia - a guerra mítica travada entre futuros deuses olímpicos e seus tios, os Titãs. Para o geógrafo, as gigantescas ossadas encontradas eram a prova material da guerra.

Cabeção

O maior objeto de desejo dos aventureiros gregos eram os restos mortais de heróis da mitologia. Os ossos tidos como do herói Orestes foram identificados em Corinto, por volta de 560 a.C. Já em 476 a.C., o general ateniense Químon transformou em missão pessoal descobrir o paradeiro dos ossos de Teseu. Depois de muito encontrar pistas falsas nas diversas regiões da Grécia e da Ásia Menor, Químon achou ter encontrado o túmulo do personagem mitológico Teseu na ilha de Esquiro.

O único problema: os moradores locais se negaram a ceder-lhe o precioso talismã. Químon cercou a ilha com sua frota. Acabou por demover o chefe local, que lhe entregou os supostos restos do herói. "O mais provável é que o general tenha redescoberto ossos de animais pré-históricos", diz Adrienne. Esquiro é até hoje um sítio paleontológico do Pleistoceno (de 2,6 milhões a 11,7 mil anos atrás).

Em 165 d.C., no Helesponto (atual estreito de Dardanelos, próximo a Istambul), o aventureiro Líquias descobriu o esqueleto de Ájax, herói da Guerra de Troia. A notícia correu o mundo antigo. Em Roma, o filósofo sofista Filóstrato, o Ateniense, visitou a suposta ossada e descreveu o que viu no seu tratado Sobre os Heróis. O esqueleto do corpulento herói tinha 5,50 m de comprimento. "O crânio tinha volume de duas ânforas de vinho", exclamou Filóstrato. Segundo os paleontólogos Adrian Lister e William Sanders, da Universidade de Stanford, consultados pela autora, o crânio visto por Filóstrato era provavelmente de um extinto mastodonte - que, quando adulto, tem até 70 litros de volume.

Crentes e céticos

O entusiasmo com as ossadas não era compartilhado por todos. No século 4 a.C., Aristóteles afirmava que as descobertas de esqueletos de criaturas fantásticas, como centauros e sátiros, eram necessariamente falsas. Afinal, espécies mistas eram biologicamente e ontologicamente impossíveis - contrariavam as regras da natureza. Em Roma, no século 1 a.C., ele foi endossado pelo filósofo epicurista Lucrécio, autor de De Rerum Natura (Sobre a Natureza das Coisas). Um dos grandes entusiastas da caça aos ossos foi o imperador Tibério, que governou entre 14 e 37 d.C. Irascível e dado à melancolia, Tibério só voltava ao bom humor com uma discussão sobre as ossadas descobertas em seu império. Segundo o historiador Plínio, o Velho, uma delegação de naturalistas, a mando de Tibério, foi enviada a Olísipo (atual Lisboa) para averiguar a veracidade da descoberta, em uma caverna, do cadáver de um tritão (uma sereia macho).

Falsificação ao quadrado

Mas nem toda "descoberta" era de boa fé. O fato é que Roma produziu muitas falsificações de figuras mitológicas. Em 180 d.C., por exemplo, o satirista Luciano divertia-se com a história do charlatão Alexandre, o Paflagão, que exibiu por anos a fio, em Roma, diante de uma plateia crédula, uma serpente falsificada com cabeça humana habilmente costurada sob as escamas da víbora.

O interesse com as descobertas dos paleontólogos gregos e romanos arrefeceu com a decadência do Império Romano. Na Idade Média, os relatos caíram em descrédito, como exemplos de puro paganismo. As descobertas paleontológicas greco-romanas só voltaram a despertar interesse no século 19, quando naturalistas como o francês Georges Cuvier (1769-1832) e o alemão Georg Adolph Erman (1806-1877) resgataram os relatos de Plínio, Pausânias, Filóstrato e outros. Refizeram os trajetos originais dos antigos exploradores na Grécia, Creta, Itália, Turquia e norte da África - do Egito à Líbia. Os mistérios foram desvendados, e as criaturas fantásticas revelaram-se mamutes e mastodontes, entre outros animais extintos no Pleistoceno.

"As características físicas de muitas das criaturas combinavam com a dos esqueletos e crânios do protocerátopo", diz Adrienne sobre o dinossauro herbívoro e quadrúpede que viveu no fim do período Cretáceo (entre 145 milhões e 65 milhões de anos atrás).

Acabou a magia. Ganhou a ciência. Mas uma cisa é certa: os paleontólogos da Antiguidade foram verdadeiros precursores da paleontologia.

Centauro em exibição

Durante o tempo do imperador Cláudio (41-54), um suposto centauro teria sido morto no Egito e exibido no palácio do imperador, em Roma. O historiador Plínio, o Velho, foi vê-lo. O monstro estava num caixão, imerso em mel - o formol da época. A opacidade do material pôde dar veracidade a uma engenhosa falsificação.

Paleomitologia

As criaturas que os antigos tentaram encontrar nas escavações:

Ciclopes
Quando o explorador Pausânias, no século 1 d.C., descobriu na Sicília vários fósseis de crânios avantajados com uma depressão central, concluiu ter provado a existência passada de ciclopes - gigantes de um só olho na testa. Mas em 1914 o paleontólogo austríaco Othenio Abel mostrou que a ossada era de elefantes anões extintos.



Grifos
No século 4 a.C., o médico Ctésias dizia que ossadas achadas na cidade de Susa deveriam ser de um grifo - monstro alado com corpo de leão e bico de ave. Seu diagnóstico virou piada no Iluminismo, a revanche veio nos anos 1970. "O grifo, mistura de ave e mamífero, está muito perto da verdade sobre os dinossauros", disse o paleontólogo Jack Horner.

Dragões
Segundo o historiador Filóstrato, no século 3 d.C., a Índia estava repleta de sítios com esqueletos de dragões. Na China, de acordo com Pausânias, todos os ossos antigos eram chamados de "ossos de dragão". Já o Mediterrâneo, segundo o explorador romano, não era apropriado para as criaturas, que preferiam as montanhas e o frio.



Para saber mais:

The First Fossil Hunters - Paleontology in Greek and Roman Times, Adrienne Mayor, Princeton University Press, 2000.


Fonte (adaptada): Aventuras na História

sábado, 6 de agosto de 2011

[infância] um sonho: pesquisar na companhia do Space Invaders!


O Space Invaders é um jogo de videogame estilo "arcade" desenhado por Tomohiro Nishikado e lançado em 1978. Foi originamente construído pela Taito Corporation e um tempo depois foi licenciado para produção nos EUA pela Midway Games. Space Invaders foi um dos primeiros jogos de tiro com gráfico bidimensional. O objetivo é destruir ondas de naves com um canhão à laser para ganhar o maior número de pontos possível. Para construir o jogo, criador se inspirou na mídia popular, como Guerra dos Mundos e Star Wars.

Apesar de seus controles simples comparados com os jogos de hoje, este jogo ajudou a expandir a indústria de video game para uma indústria mundial. Quando o jogo foi primeiramente lançado, ele fez muito sucesso!

Outro detalhe interessante obeservado nas primeiras versões do arcade em 1978, era que o jogo originalmenete se passava em uma tela em "reverso" na parte inferior do gabinete e refletido na forma correta em espelhos dentro do arcade, onde também se encontravam desenhos ao fundo. Com a ajuda da iluminação interna, todo este conjunto causava um belíssimo efeito tri-dimensional ao jogo. Tinha-se a ilusão de os gráficos estarem flutuando. Estes efeitos não mais foram obeservados nas versões futuras deste jogo e outros games.

O jogo foi o primeiro arcade a ser convertido para o console Atari 2600, sendo um sucesso imediato por não apenas capturar as características do jogo original mas também por adicionar novas versões de jogo. Posteriormente foram lançadas versões para Atari 5200, MSX, NES e Colecovision. Jogos "clones" de Space Invaders podem ser encontrados em qualquer videogame moderno, internet e até mesmo em celulares.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

[jogos] Lembranças: NES e o jogo Zelda: Ocarina of Time

Em final de junho, ocorreu a comemoração do aniversário do Nintendo 64 (conhecido como NES), que completou 15 anos, e do também do querido porco-espinho azul Sonic, que completou 20 anos! ;)

Falarei primeiro sobre o Zelda (que ainda tem muita gente que chama o Link de ZELDA, enfim..) Bem, alguém aqui tem ainda ou recorda da ansiedade em ter ele em mãos, ver aquela clássica capa vermelha?!

Zeruda no Densetsu: Toki no Okarina foi lançado em 1998, marcado por uma novidade: primeiro jogo da empresa com gráficos totalmente em 3D, vendendo proximadamente 8,5 milhões de cópias, obviamente foi um dos melhores jogos de todos os tempos!

Em 2003, Zelda foi relançado para o Nintendo GameCube como um “bônus”. O disco também incluia uma versão melhorada, intitulada The Legend of Zelda: Ocarina of Time Master Quest.
Ocarina of Time é um jogo de ação/aventura com RPG. Assim como os outros Zeldas, Hyrule é um vasto território no qual Link tem de procurar os calabouços – os dungeons – para conseguir itens e cumprir os objetivos. Em cada calabouço é necessário procurar um mapa e uma bússola, chaves para abrir as portas e um item especial, geralmente usado para derrotar o chefe do calabouço.
Por ser o primeiro jogo da série totalmente em 3D, o jogo foi desenvolvido de modo que não se afastasse da essência dos outros jogos em 2D, mas ao mesmo tempo não limitando a jogabilidade e a exploração do cenário. Durante sua produção, Ocarina of Time apresentou muitas diferenças visíveis na interface com o usuário e na jogabilidade. Inicialmente a versão “criança” de Link não estava presente no jogo, havia apenas o Link adulto e sem a companhia de uma fada. Outra mudança foi no sistema de seleção e de uso de itens, que após diversas versões, finalmente passou a integrar o jogo.
A trilha sonora foi criada por Kōji Kondō, o tradicional colaborador da série Zelda. As músicas foram editadas em 2 CDs: um com as versões originais, e outro em versão orquestrada, intitulado The Legend of Zelda Ocarina of Time Symphony Album.

Ah sim, vale lembrar que a alguns dias foi lançado o The Legend of Zelda: Ocarina of Time 3D, para a Nintendo 3DS, onde podem conferir o vídeo e imagem da capa do jogo. Ainda não joguei, mas os queridos leitores que estão conferindo esse post, podem deixar suas impressões sobre o jogo aqui nos comentários! ;D

Falando um pouco sobre o Nintendo 64…

O N64 foi lançado em 23 de junho de 1996, sendo o terceiro console da Nintendo e que inicialmente se chamou Project Reality e depois Ultra 64, antes de levar o nome definitivo. As novidades ficavam em torno das melhoras na computação gráfica 3D e um novo joystick analógico.

A Nintendo optou por continuar utilizando os conhecidos cartuchos…(que a maioria aqui pode confessar…vocês sopravam eles para ‘pegarem’, né?!)…bem, voltando: essa decisão foi surpreendente, pois a escolha dos concorrentes em utilizar algo mais atualizado, como CD-ROM (Sega Saturn), parece ter prejudicado um pouco as vendas e lançamentos para N64. Cabe lembrar que os CD-ROMs são mais baratos de produzir do que cartuchos.

Mesmo assim, o Nintendo 64 vinha com características “inovadoras”, tais como suas 4 entradas para controles, o joystick analógico, o rumble pak (fazia com que o controle tremesse) e um processador de 64 bits (por isso o nome do console, obviamente).

O primeiro jogo do Mario em 3D foi lançado para o N64 com o título de Super Mario 64, comum a quase todos os jogos 3D até hoje. Outros jogos de sucesso foram Super Smash Bros e The Legend of Zelda: Ocarina of Time (já citado nesse post).

Por fim, vamos lembrar de outro clássico, mesmo sendo da concorrência (Sega)… SONIC!

Então, esse ouriço/porco-espinho (ou seja lá o que quiserem chamar), azul e que corre pra caramba, completou 20 anos! Ok, estamos ficando velhos! \o/ #not

O primeiro vídeo abaixo, é um pouquinho da história do Sonic ao longo dos anos, bacana de assistir e relembrar ;)

Sonic – História YouTube (Créditos para a Sega of Japan)

No começo de julho, foi lançado o demo do Sonic Generations, em comemoração à esses 20 anos do personagem queridos por muitos jovens e adultos. Confiram o vídeo: Demo Sonic Generations – YouTube

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

[desenhos] um pedacinho do Brasil na Disney completa 70 anos!

Disney/Divulgacao
Pato Donald e Zé Carioca no filme Alô, amigos: americanos e brasileiros descobrem
juntos os segredos da latinidade em meio a muita música


Por Marcello Castilho Avellar - EM Cultura

Da célebre viagem de Walt Disney ao Brasil, em 1941, nasceu o personagem, uma das figuras mais populares das HQs e do cinema de animação


Hollywood tem suas lendas. E uma delas está completando 70 anos em 2011. A certidão de nascimento “oficial” do Zé Carioca, o papagaio brasileiro que integra a galeria de personagens da Disney, diz que ele nasceu em 24 de agosto de 1942, quando o desenho animado Alô, amigos estreou no Rio de Janeiro, antes mesmo de seu lançamento americano. A mitologia hollywoodiana, contudo, diz que a data está errada. Segundo essa versão, Zé Carioca teria surgido em 1941, durante uma visita de Walt Disney ao Brasil. A história dá até o local do nascimento: o restaurante do Hotel Copacabana Palace, no Rio de Janeiro, onde Disney teria desenhado o personagem num guardanapo.

Verdade ou lenda, o Zé Carioca é filho da Segunda Guerra Mundial. No início de 1941, os Estados Unidos ainda não haviam sido atacados pelos japoneses, mas assistiam com preocupação à expansão deles no Pacífico. Em relação à Europa, apoiavam abertamente os ingleses em sua resistência contra a agressão alemã. O governo americano de Franklin Roosevelt nem ao menos se preocupava em fingir neutralidade: reconhecia-se como não beligerante, um país que não participava da guerra mas se posicionava firmemente em relação a ela. Percebendo a iminência de um choque com o Japão, o Departamento de Estado americano decidiu iniciar nova etapa na good neighbour policy (política de boa vizinhança): se o país entrasse em guerra, seria bom que suas costas estivessem bem protegidas. E, para isso, era necessário reduzir o sentimento antiamericano em diversas sociedades da América Latina. A célebre viagem de Walt Disney ao Brasil, Argentina, Chile e Peru foi parte dessa ofensiva sobre os corações e mentes no continente.

Disney, sua mulher Lilly e um séquito de 18 profissionais dos estúdios do produtor desembarcaram de um avião do Departamento de Estado no Aeroporto Santos Dumont em agosto de 1941, quatro meses antes do ataque japonês a Pearl Harbor. Não ficaram apenas hospedados no Copacabana Palace – montaram ali uma espécie de miniatura dos estúdios que Disney e seu irmão Roy controlavam em Burbank, na Califórnia, de modo que os visitantes brasileiros pudessem ter conhecimento de como funcionava a criação de um desenho animado.

Nesse processo, Walt entrou em contato com diversos artistas brasileiros e suas criações. Um deles, José Carlos de Brito e Cunha, o primeiro desenhista brasileiro a representar Mickey Mouse, impressionou tanto Walt Disney que foi convidado por ele a se unir à equipe nos Estados Unidos. Não aceitou, mas mostrou ao produtor o desenho de um papagaio vestido de gente – que teria sido a principal inspiração para Disney na criação de seu herói.

Se a viagem de Disney ajudou a resolver um problema diplomático do governo Roosevelt, serviu, também, para ajudar a Disney a solucionar problemas financeiros. Com a guerra, o importante mercado cinematográfico europeu, à exceção do Reino Unido, havia sido fechado para os filmes americanos (antes do conflito, a Europa respondia por metade das rendas de Hollywood). A viagem à América Latina estabeleceu laços mais fortes com os países do continente, o que ajudou no bom desempenho que Alô, amigos teve por aqui, e beneficiou o estúdio nos países onde ainda não haviam sido lançados seus filmes mais antigos.

Ao longo dos anos 1960 e 1970, com o avanço de uma crítica ideológica às criações Disney, Zé Carioca tornou-se alvo fácil. O fato de ser nitidamente uma caricatura do Brasil, e de construir esta caricatura a partir de uma das representações que costumam ser mais desconfortáveis para o brasileiro contemporâneo (o malandro que detesta trabalhar, vive na farra, recusa qualquer compromisso e se interessa apenas por samba e futebol), mais de uma vez o colocou na lista dos que criticam criações politicamente incorretas. Não importa: seu humor vem provocando o interesse dos leitores e espectadores geração após geração. E se aceitamos a ingenuidade da representação, ela traz consigo algo importante: a representação, mesmo que superficial e estereotipada, do brasileiro como povo singular.


Curiosidades

» Zé Carioca chegou aos quadrinhos numa tirinha de jornal publicada entre 1942 e 1945 e desenhada por Paul Murry, um dos mais importantes criadores de histórias do Mickey e responsável pelo aparecimento de personagens importantes do universo Disney, como o coelho Quincas, o Supergilberto (sobrinho do Superpateta) e o vilão Dr. Estigma.

» A revista Zé Carioca, da Editora Abril, é uma das mais antigas publicações em quadrinhos do Brasil. Ela começou a circular em 1961 – mas sua primeira edição recebeu o número 479, porque as histórias da personagem, desde 1950, eram apresentadas em O Pato Donald. Desde então, os números pares das publicações gêmeas são dedicados à última, e os ímpares a Zé Carioca.

» Outra história que sempre corre em Hollywood sobre o nascimento do Zé Carioca é ambientada em 1942. Quando concluía os esboços do que seria o filme Alô, amigos, Walt Disney teria sido apresentado ao músico José do Patrocínio Oliveira, que, segundo seus amigos, era cheio de trejeitos. Zé Carioca teria sido inspirado nele. É a voz de Oliveira que escutamos na versão brasileira de Alô, amigos.

» O sucesso de Alô, amigos e a continuação da política de boa vizinhança levaram a Disney a realizar outro longa de animação com heróis latino-americanos. Você já foi à Bahia, que estreou em 1944, também é protagonizado por Zé Carioca, que divide a tela com o Pato Donald e o galinho mexicano Panchito.

Fofuras em papel: Edward Elric, de Full Metal Alchemist

Lembro de quando desenhava bichinhos e bonequinhos em papel, para fazer teatro com os colegas e também fazia em casa, para contornar alguns momentos de solidão...

Deu vontade de fazer um quarteto igual a esse da imagem! O que acham?!

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

[colecionismo] Turma da Mônica - Contos de Fadas

Pesquisando ontem sobre antigas miniaturas que não havia completado a coleção, eis que acho esse banner/propaganda dela! Detalhe: estava procurando os últimos 4 personagens desde 2002~2003.

A promoção atual é essa:

Procurando as miniaturas, cheguei a encontrar elas entre colecionadores de SP e RJ...mas, pasmem: uma pessoa chegou a me oferecer cada boneco por 25 REAIS. Sim, isso mesmo... 100 reais para completar uma coleção que custou bem menos pra mim.

A origem dessa coleção está por volta de 2002~2003 como um encarte da Folha de São Paulo. Mais tarde, tempos sem aparecer em bancas ou qualquer outro local, em 2010 a coleção retorna como brinde para quem comprasse produtos da Jundiá Sorvetes, nas últimas semanas de existência do Parque da Mônica (SP). Pode-se ver a notícia aqui.

Felizmente, encontrei novamente a coleção, agora na Livraria Saraiva ;)
Como diz a imagem acima, ao comprar um dos produtos da Editora Girassol, você escolhe uma miniatura da Turma da Mônica!

Miniaturas que comprei e os mini-livros que acompanha cada um:








Aqui está o livro (encarte) antigo... vinha um mini-cenário de papelão para montar!

























E aqui a coleção completa, que alegria!!! \o/

Espero que tenham gostado ;)
Abraços!

[vídeo] Terminator 2 - 20 years (july 3 1991 - july 3 2011)

Já completa 1 mês do aniversário desse grande filme...mas, esse vídeo não é genial?! :)
[do mesmo autor do vídeo 8-bits com lego...]

terça-feira, 2 de agosto de 2011

[leitura] Livros dos Smurfs novamente no mercado!

Notícia para todo mundo ficar smurfeliz: chegou o segundo álbum dos Smurfs!

Por L&PM Editores

O segundo álbum dos Smurfs acaba de chegar. Agora, para fazer companhia a O Smurf repórter, acaba de ser lançado O bebê Smurf. Um livro que também é todo colorido e traz, além da história título, mais três aventuras das criaturas azuis criadas por Peyo: O Smurf habilidoso, A reforma dos Smurfs e Uma festa smurfetacular.

Para completar, esta semana, dia 5 de agosto, estreia o filme baseado nos quadrinhos. E quem quer ficar por dentro de todas as novidades dessa turma, pode curtir a nossa Fanpage Smurfs em Quadrinhos no Facebook.

Ambos podem ser encontrados à venda no site da L&PM e nas principais livrarias do país.

Para quem ainda não entende muito da história desses seres azuis, aqui vai um vídeo com da entrevista da filha de Peyo (apelido de Pierre Culliford), 'pai' dos Smurfs. Confira: